18 dezembro, 2007

A Sintra do Algarve


Entre estradas de ancestrais rotas comerciais, nascentes de água pura e solos férteis - que aguardavam impacientes as chuvas de Outono - o 4º Passeio Rota da Castanha reuniu mais de cem participantes que se deliciaram com os trilhos de Monchique até os 902 mt. da Fóia… no cume do Algarve!


Deixar o stress quotidiano e partir para um fim-de-semana diferente a descobrir as belezas naturais e os múltiplos “segredos” da mais alta cadeia montanhosa do Algarve, foi o objectivo do 4º Passeio TT Serra de Monchique - “Rota da Castanha”. Situado entre dois grandes cumes, a Fóia e Picota, o conselho de Monchique mostra um rico património histórico, proveniente dos tempos em que Romanos e Mouros se batiam para dominar as rotas comerciais que partiam do litoral para Silves (de 1189 a 1577, capital do Algarve), “cortando” depois a serra em direcção a Beja e Ourique. Região agrícola e de floresta, rica em sobreiros, eucaliptais e castanheiros, mas também de vales abundantes em água, de socalcos e íngremes escarpas donde se espreita a vastidão de uma serra que parece não ter fim, Monchique oferece-nos um cenário intemporal, funciona como uma espécie de espiral no tempo para o visitante.
Famosa pelas suas termas, a povoação que se tornou vila em 1773 e que chegou a ser designada como a Sintra do Algarve, veste-se ainda de branco-cal entre as suas vielas, calçadas íngremes e lojas de artesanato que subsistem no tempo. Famosa pelas suas termas e situada cerca de 400 metros abaixo da imponente Fóia, manhã cedo a vila de Monchique concentrava junto ao heliporto municipal mais de duas centenas de equipas, decididas a aplicar os seus argumentos de todo-o-terreno para “escalar” às nossas montanhas mais elevadas a Sul. E nem o tradicional verão de S. Martinho do Outono faltou, porque o tempo límpido “apadrinhou” a passagem dos inúmeros ribeiros que atravessam a serra algarvia... num panorama distinto do cenário diluviano do ano passado em que a intempérie amputou partes significativas do percurso.

PERCURSO ACESSÍVEL
O briefting matinal das 9h00, anunciava uma jornada extensa e a aconselhar alguma contenção: 89,1 km no total, incluindo a passagem por várias “zonas radicais” – de maior dificuldade – onde havia sempre como alternativa para os menos experientes de escolher um percurso alternativo. Porém, apesar os ganchos, declives e subidas em socalcos, com o bom tempo por companhia, o 4º “Rota da Castanha” mostrou-me um trajecto ao alcance de qualquer veículo de tracção total, alguns dos trilhos denominados “radicais” dispensavam quaisquer rotoras no mais modesto jipe 4x4… Tarefa facilitada, também, para as cerca de 50 motos e ATV’s (Moto 4) participantes!
Partindo de Monchique em caravana, seguimos o carro da organização para um primeiro “aperitivo” de todo-o-terreno puro: 37 km de trilhos florestais, vales e encostas onde a destreza de cada um iria ser posta à prova. Durante os primeiros quilómetros, o piso era bom e os ganchos de fácil abordagem, mas ao km 13 e com a entrada nas primeiras zonas radicais, a média a que seguíamos decresceu. Estávamos com a nossa pick-up na segunda passagem radical, uma inclinação enlameada a subir, quando recebemos uma triste notícia: “Um concorrente com um UMM capotou na descida do corta-fogo e parece estar muito mal”. Voltámos atrás e apesar do aparato do acidente, soubemos mais tarde que nos dois participantes - transportados de imediato ao hospital de Portimão – nada mais se detectou que algumas costelas partidas e um “grande susto”!
De novo em pleno pulmão da zona de maior florestação da serra, entre cerros e ladeiras e terras de nomes como Barranco dos Pisões, Olhos Negros ou Guincho, a subida de um socalco percorrido em zigue-zague mas sobre folhas de eucalipto que retiravam tracção, atrasou mais uma vez os menos experientes. Porém, com a boa disposição a prevalecer sempre e alguns reboques oportunos, qualquer atascanço foi superado e como previsto, às 11h30 quem encabeçava a longa caravana recebia o reforço alimentar em Alferce.

FINAL NOCTURNO
Quase no limite do concelho de Monchique, neste pequeno povoado de toponímia militar e influência árabe – o seu nome provém de Al faris ou Cavaleiro – existe a igreja de S. Romão construída no final do Séc. XV, o Castelo dos Mouros do qual já pouco resta, e conta-se entre as suas gentes que um Al farabis (Soldado) vigiava do alto a passagem da rota comercial vinda de Portimão.
Reposto o taquímetro parcial a zero para conferir as notas do nosso road-book com as marcas de orientação postas no terreno, deixámos a zona de eucaliptal para seguir numa rota fácil e paralela à Ribeira de Monchique, no vale onde escorre uma água pura em direcção às Termas da vila. Escalando de novo para o topo da serra a partir de Cerro de Mourão, tínhamos um todo de 62 km realizados quando soubemos que nos esperava um saboroso repasto da região no Parque da Mina – zona com esse nome porque ali existiu uma das muitas minas de enxofre do Algarve.
Durante a tarde e após uma zona relaxante onde se atravessou o trilho da Especial Espectáculo do Lisboa-Dakar ’07, o trajecto tornava-se sinuoso e estreitava progressivamente, à medida que subíamos até junto ao cume deslumbrante da Picota. Aí, a 700 metros de altitude, avista-se uma parte significativa da serra e o mais aconselhável é seguir um ritmo moderado, até porque se sucedem grandes precipícios. Com a caravana repartida em pequenos grupos e a entrada num curto troço de asfalto, uma paragem para deixar passar os motards mais retardatários, servia também para apreciar a paisagem… Porém, seguindo à risca os kms do road-book – que assinalava pouca distância a percorrer – quem pensasse que o regresso ao ponto de partida seria para breve, rapidamente tiraria outra conclusão. A descida para a vila trilhava uma antiga e massacrante estrada romana, que percorremos para chegar a Monchique cerca das 18h30… de luzes acesas!
Depois de 90 km de puro todo-o-terreno no primeiro dia, a organização reservou para Domingo um percurso bastante mais ligeiro. Entremeando curtas zonas mais “trializantes” junto ao alto da Fóia com outras bastante mais rolantes como a passagem por Marmelete – a poucos kms da costa de Aljezur – os pontos mais difíceis do percurso sucediam-se na transposição da serra de Espinhaço de Cão e Asseiceira. Neste dia, com todos mais familiarizados com o terreno e tempo mais dilatado, a grande maioria dos participantes cumpria integralmente o percurso de 60 km que culminava na subida ao alto da Fóia… para um retemperador almoço. Neste ponto idílico, 902 metros cima do mar e com um panorama de 360º no litoral onde se avista a ria de Alvor e o cabo de São Vicente, a vontade de regressar em 2008 generalizou-se entre os participantes. E nós, mesmo com nossa pick-up de 2 rodas motrizes – que nos levou a fazer das tripas coração nalguns trilhos – ficou-nos um único desejo: voltar a calçar as luvas na próxima edição!

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito ffixe adoro és um pai mesmo fixe *********************************************************************

mil bjs****

77 vitórias do "46"

É obra!

A quatro jornadas do termo do campeonato, Valentino Rossi conta com 30 pontos de avanço para o segundo classificado, aproximando-se cada vez mais do seu sétimo título mundial de MotoGP/500 e de todos os recordes do mítico Giacomo Agostini. Na soma de triunfos, o piloto italiano do Team Fiat-Yamaha totaliza 77 vitórias em MotoGP/500cc e 103 outros tantos êxitos nas três classes do Mundial de Motociclismo (MGP, 250cc, 125cc), para além de 47 poles em treinos e 61 voltas rápidas. E talvez pensando nisto tudo e uma pausa de verão, Valentino fez as malas e foi visitar o mítico TT da Ilha de Man. (Veja o Vídeo)

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Ken Block, o "Cascadeur"

Ken Block, o "Cascadeur"
Natural da Califórnia, 41 anos, praticou skateboard, snowboard e motocross, estreando-se em 2005 no Campeonato de Ralis dos EUA, concluindo o ano como 3º do Gr. N e com o prémio de "rookie do ano". Já como colega de Travis Pastrana nos Subaru WRX STi em 2006, Block terminou a época com duas vitórias e em 2º do nacional... antes de se dedicar em exclusivo às mais radicais provas de perícia automóvel. Ganhou notoriedade e fama, quando bateu o seu amigo Colin McRae nos X-Games Rali da Califórnia. Se for facilmente impressionável, não veja o seu vídeo

Campeonatos do Mundo

Mundial de Ralis
1º Mikko Hirvonen (FIN) 68 Pts.
2º Sebastien Loeb (FRA) 65

3º Daniel Sordo (ESP) 44
4º J-M Latvala (FIN) 31
5º Hening Solberg (FIN) 27


Estatística Fórmula 1
Títulos Mundiais e Vitórias
(desde 1950)

Mundial Pilotos
M. Shumacher (ALE) 7 Títulos / 91 Vitórias
J. M. Fangio (ARG)................ 5 / 24
A. Prost (FRA)......................... 4 / 51
A. Senna (BRA)....................... 3 / 41
J. Stewart (GB)....................... 3 / 27
N. Piquet (BRA)...................... 3 / 23

J. Clark (EUA)........................ 2 / 25
N. Mansell (GB)..................... 1 / 31
D. Hill (GBR / 1 título) 22

Mundial Construtores
Ferrari 15 Pts., Williams 9, McLaren 9,
Lotus 7, Brabham e Cooper 2


Estatística Mundial de Ralis
Títulos e vitórias
(desde 1973)
Mundial Pilotos
S. Loeb (FRA)......4 / 52 Vitórias
M. Gronholm (FIN)...2 / 30
C. Sainz (ESP)............2 / 26
C. McRae (GB)...........1 / 25
T. Makinen (FIN).....4 / 24
J. Kankkunen (FIN)...4 /23
D. Auriol (FRA)..........1 / 20
M. Alen (FIN).............1 / 19
H. Mikkola (SUE)......1 / 18

Mundial Construtores
Lancia 73, Ford 65, Peugeot 48,
Subaru 47, Citroen 47, etc.