ANTEVISÃO F1

Fórmula 1 regressa em Valência

Após um curto período de descanso, o Campeonato de Fórmula 1 regressa este fim-de-semana em Valência, partindo-se para a segunda parte do mundial com Jason Button e a Brawn GP – Mercedes, a sentirem a sua liderança cada vez mais ameaçada face ao ascendente dos Red Bull – Renault de Sebastien Vettel e Marc Webber. Ricardo Ferreira

Em Valência, no espectacular traçado citadino que acolhe o GP da Europa, outro dado curioso de observar serão os desempenhos de dois "outsiders" deste mundial 2009, refiro-me a Lewis Hamilton (McLaren/Mercedes) que diz ter por objectivo para esta segunda parte do mundial "obter o número máximo de vitórias até ao fim do campeonato" e a Kimi Raikkonen (Ferrari) que terá por colega de equipa o veterano Luca Badoer, antes do regresso de Filipe Massa no GP do Brasil. Tanto o actual campeão do mundo Hamilton, como o finlandês Raikkonen, como ainda Fernando Alonso (Renault), estão praticamente fora de cogitação para a obtenção do título no Mundial de F1 em 2009 – a mudança de regras (que ainda ninguém percebeu) na F1 deu um ascendente (suspeito) à Brawn GP de Ross Brawn, que conta com uma insuperável vantagem pontual quando ainda estamos distantes do fim do mundial – situação que retirou grande parte do interesse deste campeonato.

O desinteresse já manifestado pela BMW em participar no mundial de 2010, a ameaça durante semanas a fio da Ferrari em se retirar do mundial, as opções das equipas Williams e Force India em não aderir à FOTA (entidade representante dos teams de F1), são factos que espelham uma Fórmula 1 em bolandas, onde ninguém sabe o dia de amanhã com a competividade retirada da acção de corridas onde o autor da pole-position e o líder inicial quase sempre se consagra vencedor. Se há crise, então senhor Max Mosley, porque razão não limita o combustível nas corridas, provocando dois reabastecimentos em corrida, "ensinando os pilotos a poupar combustível até ao final de cada corrida" e tornando imprevisível o final de cada prova. Seria uma forma inteligente de devolver a espectacularidade de outros tempos à Fórmula 1 senhor Mosley, valorizando o trabalho das equipas. Veja o que se passa nas corridas da Nascar senhor Mosley, ou lembre-se das corridas espectaculares a que assistimos nos tempos de Gilles Villeneuve, Alain Prost e Ayrton Senna.

Sr. Max Mosley, faça alguma coisa pela Fórmula 1!

Fernando Alonso foi multado em 51 milhões de dólares por "condução perigosa" no último Grande Prémio.

EQUIPAS DE F1 AINDA LONGE DO CONSENSO COM A FOTA
As equipas e construtores da Formula 1 continuam longe do consenso, de tal foram que todas as decisões tomadas entre a FIA (Federação Internacional do Automóvel), a FOTA (Associação dos Construtores/Equipas de F1) e os proprietários dos direitos comerciais da competição mestra do desporto automóvel (leia-se televisões, circuitos e patrocinadores oficiais da F1), não passam de pré-acordos de cavalheiros, sem qualquer valor jurídico. Senão, vejamos, como a confusão impera:

A FOTA, entidade que apesar de não ter entre os seus associados as equipas Force India e Williams, não se coibiu de declarar que "todas as equipas, com excepção da BMW, firmaram um acordo que une a FIA, a FOTA e os proprietários de direitos comerciais".
Ora, sendo esta uma afirmação não a cem por cento verdadeira, como é que o dito documento acrescenta (citação) estar "garantida a participação de todas as equipas até final de 2012." Até esta data, todas os associados da FOTA assinaram voluntariamente um acordo para a "regulação dos custos", algo que substitui a polémica proposta de Max Mosley de acordo com a qual "a actual competição de F1 deveria baixar aos níveis de 1990 comprometendo-se as equipas a minimizar os seus custos progressivamente. Mas, uma ou outra proposta

SAÍDA DA BMW E PIQUET DE "MALAS AVIADAS"
Contrariando a recomendação da FOTA, as equipas Red Bull e Williams recusaram-se neste período de férias a testar o novo carro antes da prova de Valência, no final do mês de Agosto. Quanto à Ferrari, a equipa foi buscar ao museu o seu carro de colecção de 2007, acertou a aerodinâmica e o controlo de tracção, calçou uns pneus slick novos e partiu para testes no circuito de Mugello o que até é uma forma sábia de contornar o regulamento.
Por último, a notícia bombástica dos últimos tempos é a saída –confirmada – por parte da BMW da F1. Algo que está a provocar mexida profundas no mercado de pilotos.
Nelson Piquet Jr. ouviu das boas de Flávio Briatore no seio do Team Renault, mas, curioso ou não, é que o jovem piloto brasileiro não se importonou nada com isso… já convencido que o seu pai vai tomar conta do Team Sauber, após a saída da BMW. Com 20% de acções na Sauber, será que o ex-campeão mundial Nelson Piquet vai estar à altura de gerir uma equipa de F1, como actualmente o faz na GP2?